sábado, 6 de abril de 2013

Nossa triste educação parte II

Investimentos na infância

Educação é uma das áreas que mais me preocupa no Brasil, pois acredito que ela seja peça fundamental na mudança de vida de uma pessoa. Além de lhe dar a oportunidade de arrumar um emprego melhor, aumenta a auto-estima, ajuda na sociabilidade e motivação para continuar crescendo e aprendendo.

Estudo divulgado no ano passado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), avaliando 65 nações, o Brasil ficou na 53ª posição. Isso teria sido pior se fossem analisadas separadamente as escolas públicas, justamente as que educam três em cada quatro alunos do país, pois o Brasil então ficaria na 60ª posição do ranking, logo atrás do Cazaquistão.

O New York Times publicou recentemente um trabalho dos professores James Heckman e do brasileiro Flávio Cunha, da Universidade da Pensilvânia, que mostra que a diferença entre habilidade cognitiva de uma criança de 3 anos é tão grande quanto de uma pessoa de 18 anos. Este estudo confirma que o investimento na infância de crianças desfavorecidas é extremamente importante, ela pode realmente mudar a situação na qual a pessoa nasceu. “Crianças que tiveram uma boa educação na infância são adultos bem sucedidos na faculdade, ganham mais em suas profissões e diminuem as taxas de criminalidade em geral”, diz a matéria.

De acordo com o relatório da OCDE, o investimento por aluno no Brasil é muito inferior ao praticado, em média, pelas nações desenvolvidas, com 2.405 dólares por aluno do ensino fundamental. Na OCDE, o valor é de 7.719 dólares. No ensino médio, a comparação é ainda mais chocante: 2.235 dólares ante 9.312 dólares, respectivamente.
Já no ensino superior, o Brasil se aproxima da cifra dos países de ponta, aplicando 11.741 dólares por estudante, frente aos 13.728 dólares da OCDE. Os dados mostram a tendência brasileira de investir no nível universitário em detrimento da educação básica: gasta-se 7 vezes mais com um aluno do nível superior do que com o estudante do fundamental. 

Má educação sendo perpetuada

Como um jovem que termina o colegial sem saber ler corretamente, mal sabe fazer conta, pode ter interesse em continuar estudando? Menos se sabe, menos se pensa que pode continuar aprendendo. Uma criança pobre cujos os pais são iletrados, estudam numa escola pública onde os professores não são bem formados, terminam o ensino básico sem muito conhecimento e depois não conseguem competir com alunos de escola particular para uma vaga numa universidade pública. Esta é a triste realidade de muitos brasileiros. Se nascemos numa família de classe baixa, é preciso muita força de vontade e determinação para ultrapassar todos os obstáculos para conseguir continuar estudando.

A disparidade do gasto brasileiro com o ensino público superior contra o do ensino fundamental acaba perpetuando o ciclo da pobreza da maior parte da população. As classes média e alta estudam em escolas particulares e terminam conseguindo vagas nas universidades públicas, que recebem mais investimentos. Já os pobres começam com má educação e pouquíssimos conseguem ultrapassar essa barreira. Muitos acabam desestimulados, largam a escola, casam-se, têm filhos e assim recomeça-se mais um ciclo de pobreza e baixa educação.

Tenho uma amiga em Dubai cujo marido é um homem de negócios da construção civil. Mesmo morando em Dubai, ele decidiu trabalhar no Brasil e investir na área da construção. Ele comentou com meu marido que o maior problema do Brasil é a falta de mão-de-obra especializada. Essa falta de conhecimento da população está fazendo com que o país não avance como deveria.

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