sábado, 11 de agosto de 2012

Fábrica humana de medalhas
Parte I - China

O custo humano que alguns países exigem para conquistar medalhas nas Olimpíadas.

Você tem-se perguntado como a China consegue ganhar tantas medalhas? Alguma semelhança com a ex-União Soviética?

Quando a chinesa Ye Shiwen, 16 anos, ganhou duas medalhas de ouro na natação (400m) e quebrou o record mundial com um tempo mais rápido do que o nadador americano Ryan Lochte nos últimos 50m da prova, muitos questionaram se isso não era um caso de doping.

Acho que é um caso de “doping-treino” da fábrica humana de medalhas da China, onde crianças são escolhidas para desde pequenas treinarem diligentemente para medalhas, e que seja de ouro. Essa é minha impressão depois do choro incontrolável de Wu Jingbiao nas câmeras de TV se desculpando em trazer “vergonha à terra-mãe” por ter “perdido” a medalha de ouro no levantamento de peso masculino. Wu ficou com a medalha de prata.

O governo chinês possui centenas de escolas onde a ênfase é em treinos esportivos. Segundo o Daily Mirror (jornal inglês), cada escola é especializada em certas modalidades. Numa reportagem da CBS News (TV americana), Wan Hao, 13 anos, tênis de mesa (ou ping pong para aqueles da minha época), treina para se tornar um campeão mundial. Ele diz que faz isso para seu pai, seu próprio orgulho e para ganhar honra para seu país. Na mesma entrevista, o próprio treinador chinês de ginástica olímpica diz que atletas e técnicos passam por grandes dores e dificuldades para conquistar glórias.

O lado triste dessa história é que jovens são separados de seus pais para o intenso treinamento. O pai de Lin Qingfeng, 23 anos, que ganhou ouro no levantamento de pesos disse que há seis anos e meio não via o filho, e que só o reconheceu quando ouviu o nome dele na TV.

Segundo o New York Times, em 2002, o governo comunista da China lançou o Projeto 119, com recursos exclusivamente do governo para intenso treinamento esportivo, mas que essa não era a idéia principal do líder chinês Mao Zedong, fundador da República Popular da China, que dizia que nos esportes internacionais “amizade valia mais do que competição”.

Na matéria do Daily Mirror, o ex-nadador Fan Hong descreve a filosofia de seu país em “competição esportiva é como guerra, porém, sem armas”.

Atletas são totalmente separados do mundo e muitos não sabem o que está acontecendo em suas famílias para não perturbar os treinamentos. A medalhista de ouro do levantamento de peso, Cao Lei só soube que sua mãe havia morrido dois meses depois do enterro.


Claro que nem todo chinês concorda com esse sistema. David Yang, redator do “Sports Illustrated China”, urge o governo chinês para abandonar esse sistema separado entre escolas focalizadas somente em educação esportiva e outras somente em educação acadêmica, para um sistema mais universal interligando ambos e assim dando oportunidades para jovens terem experiências nas duas áreas.

O perigo do sistema separado é que atletas que se dedicaram exclusivamente ao esporte, quando velhos e não tão “necessários” para o país acabam na miséria. Recentemente uma ex- ginasta medalha de ouro foi encontrada mendigando nas ruas de Beijing. Muitos se machucam, perdem o emprego e se encontram na pobreza total.


Genes doping ADN
Na década de 90 a China teve muitos casos de doping. Em 1998 em Sydney uma nadadora chinesa foi pega com uma grande quantidade de hormônio do crescimento, suficiente para suprir toda a equipe chinesa.
Atualmente, os especialistas em esportes crêem que a China usa outros métodos, como o intenso treinamento desde a mais tenra idade e alguns até levantam a hipótese do doping de ADN, substância fabricada em laboratório que estimula a produção de hormônios de crescimento de músculo ou células vermelhas que transportam oxigênio para os músculos.
Desde 2003, o comitê olímpico proíbe o uso de genes doping, mas ainda não há testes que conseguem identificá-los. Em mais ou menos oito anos, a entidade acredita que haverá a possibilidade de testar urina e sangue de atletas para esse tipo de doping e talvez algumas medalhas das Olímpiadas de Londres terão que ser devolvidas.

Na próxima semana, Fábrica de Medalhas Parte II  – Estados Unidos.

domingo, 5 de agosto de 2012

Sol que te quero

Você já fugiu do sol com medo de contrair alguma doença de pele ou simplesmente para evitar manchas de sol na pele?

Cresci na época das propagandas de filtros solares para proteger a pele e com a noção de que devia me proteger do sol por causa das conseqüências dos raios ultravioletas. Assim que pude, comecei a utilizar filtro solar toda vez que saía de casa e lembro-me que na época o fator 15 era o mais alto. Atualmente existe até fator 100.

Nas vezes que estive na Austrália achei interessante como eles se protegem do sol, como, por exemplo, com chapéu, que é um item obrigatório no uniforme escolar. Com maior incidência de câncer de pele no mundo, entendemos como este país procura proteger, principalmente suas crianças dos efeitos nocivos do sol. A Austrália leva tão a sério a proteção do cidadão, que o governo até possui um site de alerta de UV ( www.bom.gov.au ).

Minha mãe que cresceu na roça nunca pode se preocupar em se proteger do sol, e eu vivia chamando sua atenção para tomar cuidado, passar filtro solar e usar chapéu. Agora com 78 anos ela usa filtro solar e não sai sem chapéu.

Pele clara, sinal de nobreza
Na época do descobrimento do Brasil, o símbolo de beleza e status era uma pele muito branca.  As européias faziam de tudo para não se parecerem com os campesinos, cuja pele era mais escura devido ao intenso trabalho debaixo do sol. Algumas mulheres iam ao extremo ao utilizar um creme à base de chumbo e arsênico, chamado ceruse, para clarear a pele.

Atualmente as asiáticas fazem de tudo para manter ou obter uma pele clara imaculada. Quando estive nos países asiáticos conheci uma sociedade consumidora de cosméticos para clarear a pele e um grande ênfase em se proteger do sol. No Oriente Médio atualmente cada vez mais produtos de clareamento são disponíveis nas linhas das grandes marcas de cosméticos francesas e americanas para atender este mercado que cresce cada vez mais.
Conheci uma garota de Taiwan que só anda com sombrinha e usa blusa de manga comprida quando sai na rua. Até para ir à praia ela usa manga comprida e chapéu mesmo dentro da água.

Sol e Vitamina D
Toda essa introdução para falar que atualmente aprendi do perigo de não tomarmos sol adequadamente. Nesta parte do mundo onde vivo, a falta de vitamina D vem crescendo de forma alarmante, e no mundo todo, principalmente naqueles que trabalham o dia todo dentro de um escritório, nas crianças e adolescentes que passam longas horas na frente da televisão ou do computador, até aqueles que simplesmente decidiram que querem ter uma pele clara e livre de qualquer mancha de sol.

Confesso que sempre tiver pavor de manchas no rosto e toda vez que tinha que andar no sol me protegia com chapéu e filtro solar. Vivo num país onde sol não falta, mas é tão quente que todo mundo se protege dentro de casas, shoppings e carros com vidro escuro e ar condicionado. O chocante é que 90% das pessoas morando nos Emirados Árabes e na Árabia Saudita são deficientes em vitamina D. Até mesmo à praia só vou depois das cinco da tarde e piscina quando há sombra.

Há muito tempo comecei a ter dor nos ossos do quadril e nos músculos da coxa, depois de fazer osteopatia e consultar diferentes médicos, recentemente uma médica checou meu nível de Vitamina D e para meu espanto estava em 14ng/ml (o nível normal é entre 50 a 100ng/ml), ou seja alto grau de deficiência.
Agora tenho que tomar suplemento de vitamina D3 (melhor que D2 que é sintética). Tomei uma dosagem alta durante oito semanas e já vi a diferença. O mais surpreendente é que essa vitamina é facilmente assimilada em apenas 15 minutos de exposição direta ao sol por dia sem filtro solar.

Até a Austrália já reduziu sua recomendação de fator máximo de proteção solar de cremes e está incentivando as pessoas a tomar 15 minutos de sol sem proteção solar.

A vitamina D tem uma atuação super importante na proteção do sistema imunitário. Além de ajudar na assimilação do cálcio para proteger os ossos, ela reduz o risco de infecções como gripe e até tuberculose, diminui em 50% o risco de desenvolvimento de câncer do seio, câncer do cólon e também de ataque cardíaco, além de dores musculares e nas articulações.

Felizmente enquanto escrevia este texto aprendi que a assimilação da Vitamina D através do sol é feita exclusivamente entre 10h e 15 horas, horário que todos os dermatologistas urgem para evitarmos a exposição solar. Sem conhecimento, estava fazendo um esforço para tomar um pouco de sol no finalzinho da tarde nos finais de semana.

Concluo, portanto, que o melhor momento é no horário do almoço e 15 minutos expondo os braços, rosto e pernas ao sol não manchará nossa pele nem nos colocará em risco de câncer, mas nos dará um ar saudável e nos protegerá de doenças. Infelizmente eu tenho somente 30 minutos de pausa para o almoço e não há nenhum local para andar ou simplesmente sentar no sol onde trabalho. Vocês que podem, aproveitem!




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